Todos nós, somos solicitados a
fornecer novas informações, buscar conhecimentos e sermos capazes de
democratizar estes dados. Temos que estar conscientes: informação é
poder.
Porém, é a nossa capacidade, de dividir tais informações e idéias,
que resultarão no “verdadeiro poder”.
“...conhecimento é poder, razão pela qual quem o tinha no
passado costumava mantê-lo em segredo. ... o poder provém da transmissão das
informações e torná-las produtivas, e não ocultá-la.
"SEGURANÇA É
UMA PROFISSÃO, OU NÃO?”
Uma profissão do Presente e com Futuro
Centrando a questão em nosso país, se pode afirmar que durante os
últimos anos, com certa lentidão, porém com grande firmeza, se está consolidando
a figura do profissional de segurança na maioria das organizações empresariais.
Este processo reorganizativo é similar ao que se produziu alguns anos atrás com
os assuntos de pessoal que se centralizaram em uma área de Recursos
Humanos.
Realizando uma pequena análise das últimas décadas, se pode
afirmar que a sociedade existente não identificava a necessidade de segurança, a
não ser que a relacionada com certos setores econômicos ou empresariais do país,
ou ainda necessidades legais ou por solicitações das matrizes de empresas
multinacionais, quais estabeleciam a adoção de medidas dissuasórias mínimas. Na
maioria das vezes se transferiam os riscos a uma política de seguros com a idéia
de que a cobertura da responsabilidade civil e o ressarcimento pudessem repor ou
reparar os bens destruídos.
Posteriormente a sociedade veio solicitar um
nível maior de segurança, além deste fato, a legislação estabeleceu níveis
mínimos de segurança para determinadas atividades com riscos específicos. Todos
estes fatos trouxeram consigo uma reação por parte das organizações que adotaram
por criar um departamento de Segurança, ou atribuir a um departamento existente
esta função.
Ainda não é estranho encontrar organizações onde o
Departamento de Segurança depende do chefe de Recursos Humanos ou do
Departamento de Produção, Comercial, Administração ou
outro.
Perspectiva de Futuro
A evolução relacionada
anteriormente continua, e se observa de forma ostensiva que as empresas precisam
integrar em seu planejamento estratégico e em seus órgãos de direção, a
segurança. Isto sim, uma segurança que se apresente e seja eficaz e
eficiente.
Neste âmbito a empresa deve assumir o conceito de Direção/Gestão
de Segurança, dirigida à proteção e prevenção do patrimônio da organização
dentro dos seguintes campos:
• Pessoas (colaboradores, visitantes,
clientes e público).
• Bens (Tangíveis e Intangíveis) • Informações
(Informática, Dados, Planos Estratégicos, Projetos)
• Prevenção de
Perdas
• Meio Ambiente (Administração de resíduos, Gestão de Contaminação,
etc).
Como se pode observar, integrar todos os campos é complexo, porém
nunca podemos duvidar que segurança é gestão, gerenciamento, administração, ou
seja, há que se demonstrar que o proposto é rentável à organização.
Estou
convencido de que as empresas, cada vez mais detectam a necessidade de contar
com profissionais que sejam capazes de gerenciar a proteção e a prevenção da
empresa, logrando otimizar e customizar os recursos econômicos, humanos e
tecnológicos. Resta fazer compreender a algumas empresas que a função de
Direção/Gerência não é unicamente uma função técnica, mas de
direção.
O Diretor deve:
Ser capaz de pensar, falar e
trabalhar como um homem de negócios.
Planejar o serviço necessário em
função das necessidades e interesses de sua própria organização.
Trabalhar
em função de objetivos com as corretas prioridades.
Manter contatos com
organismos governamentais locais, regionais e outros que se ocupam de segurança
e proteção da comunidade.
Conceber, organizar, dirigir, controlar
administrar e avaliar seu próprio departamento.
Tratar de assuntos
diversos, não usuais e perigosos.
Esta mudança de visão deve ser
administrada com habilidade para convencer, não somente a direção, de que
proteger e prevenir criará um fator diferencial na busca da competitividade e
liderança. Ao Diretor de segurança está reservado um importante papel nas
organizações, deve participar ou ao menos conhecer os planos estratégicos,
opinar, assessorar a alta direção da empresa e coordenar seus esforços com todas
as áreas e departamentos da organização.
Finalmente, como gestor de seus
próprios recursos, entre os quais se incluem os econômicos, o Diretor/Gerente de
Segurança há que ter capacidade, imaginação e criatividade de prever
acertadamente, apesar das incógnitas e hipóteses pouco prováveis. Para gerir
corretamente suas propostas.
Conclusão
O conceito integral de
proteção do patrimônio e prevenção de perdas necessita de uma direção única que
planifique, otimize e coordene esforços e recursos que as organizações possuem,
atualmente dispersos em vários departamentos, e se responsabilize por sua
administração de gestão.
A figura do Diretor de Segurança dá
resposta às demandas das empresas já que se trata de pessoal profissional com
fundamentos técnicos e operacionais para permitir integrar-se nas organizações
com métodos modernos de gestão.
Ser o que é, não é nada sem
segurança.
É a segurança uma
profissão?
Não creiam que tenho espírito de rebeldia. Sou perfeitamente
consciente que estou escrevendo para profissionais de segurança. Conheço e valorizo as pessoas que trabalham
na área de segurança. Porém tenho que guiar-me pela minha experiência.
Nas
empresas para as quais trabalhamos observamos, no que se refere aos operacionais
da segurança têm um perfil bem definido e alguma formação específica em matéria de segurança, que
normalmente se reduz a um treinamento de defesa pessoal e outras técnicas de
defesa e ataque; também é comum encontrar um conhecimento em habilidades sociais, o
que ocasiona não poucos problemas nos afazeres diários.
Tudo isto, até
agora, não deveria ser alarmante. Em definitivo, um profissional de segurança em
sua vertente operacional tem os “conhecimentos” de que necessita, e se o mercado
impusesse outro tipo de conhecimento, sem dúvida o teria. Salvo raras exceções,
todos estão dispostos a realizar os esforços necessários para consolidar-se em
seu posto de trabalho. Definitivamente, o problema não são os operacionais de
segurança.
A raiz do problema está nos chefes dos operacionais.
Normalmente, são pessoas com um perfil mais ou menos parecido ao dos
operacionais, porém com muito mais experiência, o que garante também um melhor
acompanhamento das situações. Porém sempre falamos de situações operacionais, e
sempre dentro de seu campo de atuação. Uma coisa que caracteriza os chefes de
segurança (ao menos alguns dos que tenho tratado), é sua capacidade para
pensar e ver a empresa de forma global. Para eles, a eficácia de seu trabalho se
mede em sua capacidade de dissuasão e repressão, para que leve a resultados
positivos para a imagem da empresa, que final das contas reflete nos resultados
desta. Poderia contar um sem-número de piadas, algumas até divertidas, se não
fosse porque a atuação da equipe de segurança ter ocasionado mais problemas do
que o que se pretendia evitar. No entanto, não posso resistir a tentação de
falar de casos mais freqüentes e que encontram mais resistência na hora de
explicar-se ao “Chefe de Segurança”, qual deve ser a política neste
sentido.
Certo é que em muitas empresas, a segurança é, um conjunto de medidas
operacionais de reação, às vezes, desordenadas e nocivas à empresa, porém não é
menos certo também que nestas empresas a segurança é aquela que se pode
implementar para cobrir suas necessidades. Salvo raras exceções o ponto mais
fraco são os operacionais que vêm respondendo às diferentes contingências que se
colocam com mais ou menos fortuna. Francamente não tenho visto, todavia, nenhum
destes profissionais, perguntar, na hora de estabelecer um plano de segurança,
pela política, pela missão e objetivos da empresa; tampouco os tenha ouvido
falar com propriedade de política e estratégia empresarial, apenas para dar dois
exemplos.
Não nego que o empresário, também tenha sua parcela de
responsabilidade. No primeiro caso, porque são muitas as organizações onde as
decisões que impliquem no rumo ou na política que a empresa deve tomar, fique
exclusivamente nas mãos do gerente ou diretor-geral, delegando aos demais
gerentes apenas a função “executiva”. Assim podemos encontrar exemplos para
todos os gostos, desde o gerente que encabeça a estrutura piramidal, onde não há
decisão que não passe por suas mãos, por pequena que seja, até organizações com
um organograma dinâmico, estruturado em blocos ou em “margarida”, onde todos e
cada um dos colaboradores tem seu nível de “opinião”. Quem dera todos os
fatores se combinem e no final resulte que a empresa chegue a conclusão de que
este “mestres” em segurança, capaz de entender a organização onde trabalha,
capaz de conhecer o produto, o mercado, as finanças, os fornecedores, a
logística, os clientes, em suma, capaz de seguir o caminho que a organização
tenha traçado em todas suas frentes, porém na realidade este não existe, e
conformando-se acabam aceitando a evidência de que, dado que não existem
verdadeiros “mestres” em segurança, tampouco existirá a função de segurança
empresarial.
No momento as coisas se apresentam assim e não acredito que
a mudança ocorra em curto espaço de tempo.
Para isto, seria necessário um
responsável por segurança que entenda o contexto no qual a empresa está
inserida, para entendê-lo, é necessária uma formação integral que compreenda os
conhecimentos estratégicos, táticos e técnicos da segurança, e por outro lado,
um conhecimento profundo da organização empresarial. Não é necessário dizer que
dificilmente se encontrará tal profissional. Quem sabe dentro de um tempo, com
outros profissionais que tenham recebido outra formação, com outra bagagem, as
coisas sejam diferentes.
Então declaro, segurança é profissão, mas há muitos por ai fazendo este trabalho de maneira errada e sem instrução, capazes de num ato sem pensar destruir com seu evento ou a imagem de seu estabelecimento, para fazer segurança precisa antes de tudo confiança em si mesmo, e isto só é possível se tiver conhecimento do seu trabalho, que é adquirido através de treinamento e instrução de trabalho, segurança é prevenção...quem não pensa assim não é profissional de segurança.
Até então, fico com a confidência que um Gerente
de um importante grupo empresarial me fez algum tempo atrás:
“antes,
tínhamos problemas de segurança que nos ocasionavam algumas perdas;
agora,
temos problemas “com” a segurança que nos ocasionam outras perdas;
há dias em
que penso ter sido pior o remédio que a enfermidade”.
Eraldo Schneider - Sócio Gerente
SEGURANÇA COMANDER.